Astral

Sair de mim, assim calada

Descascada de inventos e vaidades

Como Pandora, contar os mistérios

Guardar meu coração, pois é critério

Dos que tem uma alma lavada

Quando me deparar com a natureza

Sentirei o som do ventre da Terra

Sentirei meus cabelos molhados

Cairei nos braços de deuses irados

Guardiões, entenderei sua realeza

Ah, ouvirei a música que pensa existir

Nos templos das loucas filosofias

Onde colarei meus lábios às suas faces

Sem devaneios, ou enlaces

Acariciar a fera mimosa, meu porvir

Os homens cantarão com o tempo

Mas não saberão guardar seus claros dias

Meu medo não terá fugas nem sacrifícios

Vestirei minha pele com ossos dos ofícios

Pois estarei bem acima de meu tormento

Nadilce Beatriz
Enviado por Nadilce Beatriz em 27/10/2010
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