Astral
Sair de mim, assim calada
Descascada de inventos e vaidades
Como Pandora, contar os mistérios
Guardar meu coração, pois é critério
Dos que tem uma alma lavada
Quando me deparar com a natureza
Sentirei o som do ventre da Terra
Sentirei meus cabelos molhados
Cairei nos braços de deuses irados
Guardiões, entenderei sua realeza
Ah, ouvirei a música que pensa existir
Nos templos das loucas filosofias
Onde colarei meus lábios às suas faces
Sem devaneios, ou enlaces
Acariciar a fera mimosa, meu porvir
Os homens cantarão com o tempo
Mas não saberão guardar seus claros dias
Meu medo não terá fugas nem sacrifícios
Vestirei minha pele com ossos dos ofícios
Pois estarei bem acima de meu tormento