Ela é a Poesia

Conheço cada fissura de seus pés

E por onde eles andam

Pisam descalço na areia quente

Enquanto ela ria somente

Conheço o teu sorriso: Ele começa sútil

Mas acaba meio espalhafatoso

É um sorriso estranho, no rosto faz covinha

É um sorriso gostoso

E quando ela passa pela praia

Correndo feito louca

Eu observo sua respiração correta

Inspira pelo nariz, solta pela boca

Me inspira

A onda antes era fraca

Mas por querer lhe tocar se fortalece

Se atira em seus pés feito eu

Feito até Deus se pudesse...

Foi Ele que a criou

Se soubesse que quando ela crescesse ficaria tão bela

Não teria feito gente

E sim, uma tela

Que Ele mesmo assinaria

Eu porém, se não a fiz, se nunca a toquei,

Se sou só um mero mortal

Pelo menos sou eu quem vou transformá-la em poesia...

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 26/10/2010
Reeditado em 26/10/2010
Código do texto: T2579405