NO CAMINHO DOS MORTAIS

Que somos nós além de acúmulo
De fragmentos de existência
Que terminam no túmulo
De nosso egoísmo e exigência

Farto estou da obesidade
Dos desejos que já não existem
Nesta busca por algo que a idade
Nada define e só persiste

As marcas em meu rosto
Me afastam do espelho
Como se ignorassem o gosto
Do que me assemelho

Parece que regrido
Juntei durante toda a vida
Agora sinto-me despido
Procurando a porta de saída

O viajante vai largando tudo
Percebe não precisar mais
Só lhe resta ficar apenas mudo
E seguir no caminho dos mortais.