BARDO CANTOR
Nas fendas de um tempo que há muito ecoou,
Fragmentos de uma história que ficou,
De um tempo que o tempo não apagou,
Que em tragédia se transformou.
Um bardo cantor, do conto lembrou,
E a lenda assim a cantou,
A seduzir Merlin, Morgana instigou,
A bela fada Nimue, que o coração inspirou.
Formosa donzela o encantou,
E ele por ela, logo se apaixonou.
O Mago que era um belo bardo,
O coração da fada também conquistou.
A Dama do Lago, atenção não prestou
Sem perceber, igualmente o amou.
O feitiço vira contra o feiticeiro,
Sábio destino, às vezes é traiçoeiro.
Armadilhas de corações aventureiros,
Errantes, no mesmo braseiro.
Noite enluarada é mágica,
Em Avalon, as brumas enfeitiçam,
Fazem perder a razão,
Entregando-se a emoção.
Excitação no corpo aflora,
E a paixão domina agora...
O amor é cálice de alquimia,
Bebida hidromel, que amantes afrodisia.
Na tormenta da mente, sob feitiçaria,
A fada mesmo amando, seu amado traia.
Em noite de lua cheia, ao seu amor, se entregou,
Noite de mistérios, que a lua iluminou,
Cálice da paixão, da sedução, os embriagou.
Mas, num carvalho a fada o trancou,
A pobre donzela, muito louca ficou,
Não podendo viver, sem quem tanto amou,
Nas águas mansas do lago se afogou.