BARDO CANTOR

Nas fendas de um tempo que há muito ecoou,

Fragmentos de uma história que ficou,

De um tempo que o tempo não apagou,

Que em tragédia se transformou.

Um bardo cantor, do conto lembrou,

E a lenda assim a cantou,

A seduzir Merlin, Morgana instigou,

A bela fada Nimue, que o coração inspirou.

Formosa donzela o encantou,

E ele por ela, logo se apaixonou.

O Mago que era um belo bardo,

O coração da fada também conquistou.

A Dama do Lago, atenção não prestou

Sem perceber, igualmente o amou.

O feitiço vira contra o feiticeiro,

Sábio destino, às vezes é traiçoeiro.

Armadilhas de corações aventureiros,

Errantes, no mesmo braseiro.

Noite enluarada é mágica,

Em Avalon, as brumas enfeitiçam,

Fazem perder a razão,

Entregando-se a emoção.

Excitação no corpo aflora,

E a paixão domina agora...

O amor é cálice de alquimia,

Bebida hidromel, que amantes afrodisia.

Na tormenta da mente, sob feitiçaria,

A fada mesmo amando, seu amado traia.

Em noite de lua cheia, ao seu amor, se entregou,

Noite de mistérios, que a lua iluminou,

Cálice da paixão, da sedução, os embriagou.

Mas, num carvalho a fada o trancou,

A pobre donzela, muito louca ficou,

Não podendo viver, sem quem tanto amou,

Nas águas mansas do lago se afogou.

Susely
Enviado por Susely em 07/10/2010
Código do texto: T2542835
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.