Bebeu do meu sangue

Bebeu do meu sangue

porque lambeu minha alma

com língua de fogo.

Vago no mundo cego

à minha dor.

Inundo com lágrimas

a solidão.

Aprisiono com barras de segredo

o medo da morte

para o passeio da vida

de costas à melancolia.

O desejo maldito da felicidade

bate na vidraça untada com veneno.

A busca da felicidade é uma maldição

a tingir a vida de todas as cores

a fazer caminhos, vários.

Bebeu do meu sangue

porque lambeu minha alma

com língua de fogo.