SERES ESTRANHOS
SEMENTES DA MENTE
São seres estranhos, diferentes,
De outros mundos,
Que povoam meus sonhos
E ocupam minha alma.
São sombras passantes,
De vultos ausentes,
Indefinidos, mutantes.
Na minha mente, perdidos e relutantes,
São às vezes reflexos fugidios
Que por instantes brilham,
Mas somem arredios
Se os olhos os vislumbram.
Com seu silêncio milenar
Ferem minha mente
E a põem a sangrar.
De sua presença e eterna constância
Fazem sua indefinida ausência
Que arranha as entranhas,
Que anula os sentidos,
Que traz o delírio
De sonhos a ferro contidos.
Fazem na mente um vazio de idéias.
Aspergem sobre os sentidos
Escuras areias.
Porem agora os aceito.
Não lhes fujo mais, não luto.
Entrego-me manso, quieto.
Aprendi que na renuncia,
Na entrega,
Enchem-me de luz
E fazem a estrada larga.
Transformam-se em fachos radiantes,
Cintilantes.
Ofuscam meus pensamentos.
Despertam sonhos audazes,
Intrigantes,
A muito esquecidos.
Conduzem-me de novo à vida
Que parecia tão vazia.
Bem vindos seres estranhos,
De mundos diferentes.
Por favor,
Povoem meus sonhos,
Ocupem minha mente.