SERES ESTRANHOS

SEMENTES DA MENTE

São seres estranhos, diferentes,

De outros mundos,

Que povoam meus sonhos

E ocupam minha alma.

São sombras passantes,

De vultos ausentes,

Indefinidos, mutantes.

Na minha mente, perdidos e relutantes,

São às vezes reflexos fugidios

Que por instantes brilham,

Mas somem arredios

Se os olhos os vislumbram.

Com seu silêncio milenar

Ferem minha mente

E a põem a sangrar.

De sua presença e eterna constância

Fazem sua indefinida ausência

Que arranha as entranhas,

Que anula os sentidos,

Que traz o delírio

De sonhos a ferro contidos.

Fazem na mente um vazio de idéias.

Aspergem sobre os sentidos

Escuras areias.

Porem agora os aceito.

Não lhes fujo mais, não luto.

Entrego-me manso, quieto.

Aprendi que na renuncia,

Na entrega,

Enchem-me de luz

E fazem a estrada larga.

Transformam-se em fachos radiantes,

Cintilantes.

Ofuscam meus pensamentos.

Despertam sonhos audazes,

Intrigantes,

A muito esquecidos.

Conduzem-me de novo à vida

Que parecia tão vazia.

Bem vindos seres estranhos,

De mundos diferentes.

Por favor,

Povoem meus sonhos,

Ocupem minha mente.

j rau
Enviado por j rau em 06/10/2010
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