A insaciedade do pensar
O pensamento tem nome?
O pensamento tem fome?
E o que é que ele come?
Ah, o pensamento é mordaz
Sentimento é o seu alimento
Vive, sente e pensa
Pensa, sente e vive e...
Esse é o seu sustento
E come, come, come...
Pensa os sonhos e, come
Pensa os desejos e, come
Pensa as utopias e, come
Pensa as ilusões e, come
E, a alma humana consome...
Ah, o pensamento
Do sentir, não se compraz,
Insiste os sentimentos devorar...
E come, come, come...
A dor e o sofrimento liquefaz
Sorvendo-lhes sabor nada insosso
Afinal, ao seu paladar muito apraz
Extrair das tristezas licores lacrimais
Então, de pensar não se cansa... pensa um nome,
Pensa uma história, pensa uma saudade e, pensa, pensa...
E come, come, come...
Ah, infeliz lobo voraz, não satisfaz sua fome,
Seu apetite é contumaz... e neurose, é seu codinome!