ALMA LÍQUIDA

Células se agrupam e formam um tecido,

tal como palavras constroem um verso,

definindo-se do tecido e verso nascidos,

órgão e poesia, corpo e alma, o universo.

Coração bate calmo, ora descompassado,

na arritmia das estrofes, ou em compasso.

Do sangue que dele é em artérias ejetado,

pulsa vibrante a vida, nos versos que faço.

Arrepia-se a pele na sua tessitura tão fina,

em cada um dos “versos escritos no papel,

que são aqueles que primeiramente tatuam,

a pele viva de nossas almas.” Como sina!

E em pranto, “às vezes os versos são como

lágrimas que escorrem dos olhos da poesia,”

fluidos da líquida alma, emoção que tomo,

quando embriago-me de sonhos e fantasia.

O núcleo da célula carrega a sua identidade,

como os versos, no cerne do coração poeta,

marcam e perpetuam sua nata sensibilidade,

que a alma silente dita e o coração decreta.

*Nota: Os versos entre aspas são de autoria do grande Poeta Antônio Maria Santiago Cabral, a quem dedico este poema com muito afeto.

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 25/09/2010
Reeditado em 18/11/2010
Código do texto: T2520306
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.