Só o vento sabe a resposta
Numa manha fria de outono,
Segui o vento. Queria ver o ele fazia...
Suas medidas, seus lugares; o que pensava.
Por que, em alguns lugares ventava apressado
Em outros, em calmaria soprava.
Ficava, às vezes, tão calmo que parecia canção.
Num dado momento, percebi que ele chorava. Ficou triste, parecendo querer gritar. Para disfarçar que chorava, movimentava o mar. Resmungando de tudo. Dizendo coisas que não faziam sentido. Convertendo-se como um homem sem alegria.
Prestei atenção em todas as coisas que ficavam em volta.
Até no riso das cores, quando ele passava, apesar de, nada dizerem...Nas vezes que ficou agitado; era perfeito no que fazia.
Deixava a sensação de que o mundo inteiro o reprimia.
Foi quando me viu. Disfarçou. Tentou ganhar tempo desmentindo o rumor, de quem estivera encabulado...
A me ver perguntou:
-Por que me segues?
Procuro um amor. Disseram-me que sabe a resposta. Seguirei-te até encontrar.
Pensativo e me respondeu:
- Para encontrar o amor, terás que, se perder em encantamento. Deves proclamar a eternidade. Não com palavras tolas, mas de ações de bondade e aceitação. Deveras presidir os sentimentos, até que nenhum deles faça sentido algum. Deves abrir o coração! Deve abraçar o cansaço da espera com um único beijo. Quando de tudo se perderes e não restar força para reagir. E mesmo assim, os pingos da chuva lhe soarem bonitos, como se a sua dor pudesse alimentar as flores. É ai que encontrará sentido do amor.
De Magela