NÃO SE CHEGA A NADA

NÃO SE CHEGA A NADA

Não tenho idade,

Nem endereço,

Nem documentos...

Sou um ermo na beira do nada,

Sei que nunca vou chegar,

Nunca chegarei a ser nada,

Aqui ninguém sonha em ser,

Não se pode chegar o que já é...

Perdido assim vago pelo deserto,

Tropeço-me em um grão de areia,

No inseto,

Numa cobra...

Sorrateiro como escorpião,

Sem olhos,

Só vejo a escuridão...

Quero água,

Tenho sede...

Não tenho mágoa,

Só minha rede...

Balançar,

Balançar...

Fugir de mim...

Caminhar,

Caminhar,

Do dia amanhecer

Até que ele tenha seu fim...

GOIÂNIA, 18 DE SETEMBRO DE 2010.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 18/09/2010
Reeditado em 19/09/2010
Código do texto: T2506483
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