Sombra eterna.

Um grupo de pessoas atônitas,

perdidas dentro delas mesmas.

Uns falavam, outros gemiam,

precisavam seguir em frente.

O lugar era escuro, fétido.

Em cantos estratégicos, sentinelas.

Sem rosto, sem cor, imóveis.

Guardiões da escuridão.

Avistaram o rio - Aqueronte.

Desprovidos de tudo que possuíam da vida terrena,

ali todos eram iguais, não tinham para onde ir,

para onde correr. Não havia nada a fazer, prosseguir.

Assustavam-se com os gritos,

Gritos, gemidos por toda parte.

Urravam fortemente toda a gente

de tanta dor sentida, ou arrependimento?

Para atravessar o rio precisavam

pegar uma balsa conduzida pelo barqueiro - Caronte.

O que não sabiam aquelas figuras mortas,

é que seriam levadas pelo velho homem á sombra eterna.

Entravam na barca para um lugar sem volta.

Velho de cabelos brancos, Caronte os advertia:

" Ai de vós, condenados! Nunca vereis o céu!"

Iniciava a travessia e logo outro grupo o aguardava.

"- Aqueronte: é o primeiro dos rios do inferno - Divina Comédia cap III"

" - Caronte: trabalha com sua balsa transportando os mortos, figura da mitologia grega."