EROTISMO ASTRAL

O calor latente de seu corpo molhado

Estremece minha alma, minha doce ser apaixonada

Nessa noite quente

Os desejo carnais permanentes

Sua pele branca realça com a escuridão das sombras

Sua boca escarlate clama por um beijo molhado

Feche os olhos criatura nortuna

Eleve a sua alma ao vale das almas soturnas

Desça de seu pedestal sanguinário

Nada aqui é imaginário

Como que num gesto nobre e profano tornou-te em meus braços

Sob a vigilância do grande deus Baco

Despejo uma garrafa de vinho sobre seu corpo nua

O desenho avermelhado da bebida instiga-me como odesejo sangrento de um corvo

Minha língua percorre o seu pescoço

Sua a doce bebida da sua pele macia

Percorro os desenhos tatuados de negro, minha eterna cria

Meus caninos pontudos atravessam-te lentamente

Num toque sereno, beijo-te docemente

A dor carnal não mais está presente

A agonia da alma agora está ausente

Nossos corpos saudosos confunde-se na escuridão

Nossos gritos soturnos soam como berros sem lamentação

Seco todo o vinho de seu corpo com minha língua avermelhado

Seus olho púrpuros encaram-me na relva molhada

Seus seios voluptuosos excitam o meu corpo

Mostre-me oh dona de profana beleza, suas garras malevolentes

arranha minha carne

Profanize-me sem piedade

Sugue o doce sangue eterno

Na imensidão desse universo

Depravamos as almas amantes

Susswurramos como dois coites uivantes

Venha, venha donzela das sombras

Deixe-me penetra-me em seu corpo

Sinta o prazer carnal que te proponho

Em movimentos doces e circulares

A dança sensual carnal, chega forte como grandes mares

Nessa noite sangrenta,

Nessa noite vadia,

Lambuze-me com toda sua idolatria

Sua boca macia ainda quer a minha

O sangue em nossos lábios erotiza nossos beijos

A doce mordida, com um laço

Prende os nossos desejos

Minha mão percorre o seu corpo quente

Minhas garras desenham forma em ti, oh ser reluzente

Acaricio-te, seduzo-te, adentro-me em sua alma

Adentro-me em seu corpo

Nossos órgãos como duas crianças noturnas

Entregam-se em nossa juventude impura

Gemidos do seu eterno prazer

Francisco Alves Miztetlan
Enviado por Francisco Alves Miztetlan em 13/09/2010
Código do texto: T2496121