A DANÇARINA
O teatro em polvorosa, frenético ao vê-la,
Sapateando sobre todos, altiva e exuberante,
Derramando-se dançante, por todo o corpo.
A música, a platéia, aos aplausos e frenesi.
A flor escancarada entre os seios em sedução e luxuria.
O requebro das ancas aos meneios da dança segue o som
O vestido, véus desvelados, curvas a delinear o corpo
Com sua beleza, leveza, magia... Aquela mulher estava nua
Estanquei ali, pétreo, pálido, gelado, e fico a olhar o painel.
Arrebatado flores nas mãos, o coração a bater diferente.
Assombrado ante o desejo desafiador que me assoma.
Estrela dourada que despedaçou a platéia com seu corpo.
Suas formas, sua bunda, seus peitos, tecido vermelho seda,
Como sua boca, lábios carmim, tudo novamente se misturando.
Estou na segunda cadeira da penúltima fila...
E o palco, esta iluminado com a luz fria de ensaio.