Romance Períptero

Cavoucando as nódoas incandescentes

Dos sonhos de eras passadas

Vi pequeno e sensível fígado...

Feito de tecidos decompostos, decadentes

Que outrora metabolizaram

As paixões nefas de velho fardo...

Deu-me a sensação dum gozo neofobo

Avesso a estirpe do “hoje-em-dia”

Povo que anuvia um afã descontrolado

E destronca a voz da fantasia...

Oh, Membrórgão que digere o etéreo

Não tolere a gana destes acéfalos mesquinhos

Promove congestão em seus neurônios

E deixe-os definhar em seus mundinhos...

(2002)