DIA FÚNEBRES
Pensamento taciturnos povoam a minha mente
A dor eterna de meu ser parece dilacerar-me lentamente
Vermes carnívoros e esfomeados
Alimentam-se de meus espiritos amendrontados
Rombam-me o néctar da vida
Drenam-me a energia
Oh!
Minha alma está inundada diante de tantas lágrimas
Oculta lágrimas
Meu semblante denuncia languidez
Meu cálice negro vital transborda morbidez
Mas não sei chorar
Não consigo chorar
E então vem-me a dúvida:
Até quando será assim?
Será que um dia terá fim?
A morte seria a libertação?
O final da escuridão
Mas a escuridão é o meu claustro!
Sinto-me ao seu lado
O cenário caótico
deslumbra-me por inteiro
Sombras são os meus único companheiros
Seres sorturnos, uivantes
Causa-me dor e prazer delirantes
Como um oceano escarlate de sangue
Banho-me nestas águas espumantes
O líquido púrpuro acaricia meu corpo trépido
Adentra em meus abismos quiméricos
Suas águas inebriantes despertam o meu torpor
Regam o jardim de flores negras de vão amor
Desejos, volúpias, encantos, desalentos, dormência de edêmicos venenos
Resta-me somente o prazer dissoluto
Minhas amantes?
São seres noturnos
Que em minha morada profana e lasciva
Torna minha alma ensadecida
- Flores negras à ti
Uma rosa negra somente para que tu possas conhece-me
Como nenhuma outra, uma rosa sensual mas engrecida, e cansada por noites orgírias de eterno delírio.