DIA FÚNEBRES

Pensamento taciturnos povoam a minha mente

A dor eterna de meu ser parece dilacerar-me lentamente

Vermes carnívoros e esfomeados

Alimentam-se de meus espiritos amendrontados

Rombam-me o néctar da vida

Drenam-me a energia

Oh!

Minha alma está inundada diante de tantas lágrimas

Oculta lágrimas

Meu semblante denuncia languidez

Meu cálice negro vital transborda morbidez

Mas não sei chorar

Não consigo chorar

E então vem-me a dúvida:

Até quando será assim?

Será que um dia terá fim?

A morte seria a libertação?

O final da escuridão

Mas a escuridão é o meu claustro!

Sinto-me ao seu lado

O cenário caótico

deslumbra-me por inteiro

Sombras são os meus único companheiros

Seres sorturnos, uivantes

Causa-me dor e prazer delirantes

Como um oceano escarlate de sangue

Banho-me nestas águas espumantes

O líquido púrpuro acaricia meu corpo trépido

Adentra em meus abismos quiméricos

Suas águas inebriantes despertam o meu torpor

Regam o jardim de flores negras de vão amor

Desejos, volúpias, encantos, desalentos, dormência de edêmicos venenos

Resta-me somente o prazer dissoluto

Minhas amantes?

São seres noturnos

Que em minha morada profana e lasciva

Torna minha alma ensadecida

- Flores negras à ti

Uma rosa negra somente para que tu possas conhece-me

Como nenhuma outra, uma rosa sensual mas engrecida, e cansada por noites orgírias de eterno delírio.

Francisco Alves Miztetlan
Enviado por Francisco Alves Miztetlan em 10/09/2010
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