Quem mandou?
 
 
Quem mandou ser poeta de versos gulosos?
Quem mandou?
Agora esse prato de verbos
Prontinhos para a degustação
Estão aqui, enchendo meus olhos
Me chamando atenção...
 
Quem mandou ser poeta de sonhos deliciosos?
Quem mandou?
Agora esse travesseiro de sílabas
Enchendo minha cabeça de questões
Me devorando os pensamentos e vírgulas...
 
Quem mandou ser poeta de língua íntima?
Quem mandou?
Agora esse sabor de coisas por lamber
Enchendo minha boca de fome
Com uns nomes que nem posso esquecer...
 
Quem mandou ser poeta de crises e táticas
Quem mandou?
Agora essa poesia temperada de quimera
De torpores que exalam os ciúmes
Em curtos circuitos pela  instável gramática..
 
Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 09/09/2010
Reeditado em 11/09/2010
Código do texto: T2488396
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