PERGUNTAS SEM RESPOSTAS...
( DE UMA MULHER MORTA)
Milagre!
Um meteoro caindo dos céus?
O que seria?
Um aviso disfarçado em poesia cósmica?
A realização de um desejo?
O final dos tempos do meu tempo?
Ou seria a confirmação do que me apavora?
Ou ao contrário do que eu imaginava,
Seja talvez a realização
Do que tanto eu queria?
Bem sei...nada disso mais importa...
Abrandei meus pensamentos...nessa hora
Procurei me acalmar...Procurei esquecer...
Não conseguia...
Tentei sintonizar ondas perdidas,
Onde outrora abrigava
Sentimentos do meu impossível,
Enquanto ainda que morrendo..vivia!
Mas agora...Não entendo...
Como tudo isso poderia, se estou morta?
Abandono emocional? Delírio sepulcral?
Mas como estaria acontecendo...
Se haviam me enterrado com os retalhos
Dos poemas que eu fizera...
Mesmo quando o ar já me faltava?
Não! Não! Nada disso mais importa
Pois num milagre...num repente
Reapareces na minha tela de sonhos expostos
Para que eu veja, ainda que inerte
"Como estás envelhecendo as pressas
Vida a fora!"
Acomodo-me em meu leito eterno,
Onde com uma simples frase...me enterrastes
Sem qualquer sentimento mais nobre
E onde eu me fiz morrendo
Sem vontade própria!
Afinal...aquieto-me
Apavora-me que me chegue a hora
E eu me veja cercada do abandono teu
Onde as palavras sejam mortas...
E eu...sequer possa sentir saudades
Do nosso último ADEUS!