Dona Morte
No primeiro cantar dos galos
A noite vem chegando
E o que é dos vivos
De despedindo
No primeiro cantar do galo na madrugada
Os portões da noite
São abertos
Liberando todas as sentença de maldade
No cair da noite a luz dá lugar para as trevas
E a Morte vem buscar o que foi deixado no dia
Gélida
Mortal
Sem feição
Ela busca as almas penadas
Que caíram para sempre
Com seu andar calmo
Ela não descansa enquanto não cumpre sua missão
Corpos gelados
Espíritos confusos aos lados de seus corpos
Até que ela chega
E nesse momento demonstra um sorriso vitorioso
Pois mais uma noite cumprira sua missão gloriosa
Levar para o barqueiro as almas perdidas na luz do dia
E as muitas almas escolhidas ao anoitecer
Não tem como se esconder
Não tem como fugir de seu olhar mortal
A morte nos cerca e nos conduz ao mais profundo e secreto dos locais
Sem direito à volta sem direito a retorno...