E que assim seja a minha sina

A minha pele colou na minha alma,

E que assim seja esta minha sina,

Carregar dentro dos meus olhos,

Agonias de outras vidas.

Eu era alma eu tinha carne,

Arrancaram-me o couro

e puseram-me a secar no sol,

jogaram sal e eu ardia.

Eu era carne eu tinha alma,

eu vivia ao seu lado no dia-a-dia,

Eu era muitas, eu era minha,

era só eu, e eu só minha.

Me arrancaram o coração,

dentro do peito eram só fios,

cabos sintéticos, olhos de vidro,

rosto de porcelana, música em vinil.

Eu era nova estava velha,

eu era uma garota a sua espera,

magricela, olhos rasgados,

pálida e compulsiva,

com os pés para dentro.

Eu tinha valores não era minha a culpa

Mas meus valores

não eram dos tipos de valores,

Aos quais você incumbia valores,

Eu era carne eu tinha alma.

Nina Blessed be
Enviado por Nina Blessed be em 04/09/2010
Código do texto: T2477397
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