E que assim seja a minha sina
A minha pele colou na minha alma,
E que assim seja esta minha sina,
Carregar dentro dos meus olhos,
Agonias de outras vidas.
Eu era alma eu tinha carne,
Arrancaram-me o couro
e puseram-me a secar no sol,
jogaram sal e eu ardia.
Eu era carne eu tinha alma,
eu vivia ao seu lado no dia-a-dia,
Eu era muitas, eu era minha,
era só eu, e eu só minha.
Me arrancaram o coração,
dentro do peito eram só fios,
cabos sintéticos, olhos de vidro,
rosto de porcelana, música em vinil.
Eu era nova estava velha,
eu era uma garota a sua espera,
magricela, olhos rasgados,
pálida e compulsiva,
com os pés para dentro.
Eu tinha valores não era minha a culpa
Mas meus valores
não eram dos tipos de valores,
Aos quais você incumbia valores,
Eu era carne eu tinha alma.