“Id Lírico”

A taça de pecados destilados verte o sangue

Do Embrutecimento na boca dos apóstolos da Morte,

O pentagrama animizado pelo toque

De pensamentos espiritualizantes.

Nas mentiras de faces e de olhos vívidos refletidas

nas hipotenusas do mundo pelo espelho do Irreal.

A humanidade que mama nos seios hipnóticos

Do medo e da escravidão,

E a esperança embaralha cartas pré-cientes do Desespero

A nos sorrir de braços entrelaçados com nossas sombras ecumênicas.

A hemorragia sulfúrica dos verbos

Guinchados das emoções politransitivas,

Na melodia outonal das palavras em coma,

Neste calvário interno da alma insepulta.

A cisão eletromagnética dos desejos iônicos

Que almejam tocar-se na cópula da Volúpia,

E o filho pródigo celebra o desalento de seu próprio pai,

Engasgado pelos próprios remorsos homicidas,

Enquanto as árvores sadomasoquistas se masturbavam

Aos berros inaudíveis freneticamente,

Afagadas pelo Id lírico do monóxido de carbono.

Gilliard Alves

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 02/09/2010
Reeditado em 02/09/2010
Código do texto: T2474486
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