“Id Lírico”
A taça de pecados destilados verte o sangue
Do Embrutecimento na boca dos apóstolos da Morte,
O pentagrama animizado pelo toque
De pensamentos espiritualizantes.
Nas mentiras de faces e de olhos vívidos refletidas
nas hipotenusas do mundo pelo espelho do Irreal.
A humanidade que mama nos seios hipnóticos
Do medo e da escravidão,
E a esperança embaralha cartas pré-cientes do Desespero
A nos sorrir de braços entrelaçados com nossas sombras ecumênicas.
A hemorragia sulfúrica dos verbos
Guinchados das emoções politransitivas,
Na melodia outonal das palavras em coma,
Neste calvário interno da alma insepulta.
A cisão eletromagnética dos desejos iônicos
Que almejam tocar-se na cópula da Volúpia,
E o filho pródigo celebra o desalento de seu próprio pai,
Engasgado pelos próprios remorsos homicidas,
Enquanto as árvores sadomasoquistas se masturbavam
Aos berros inaudíveis freneticamente,
Afagadas pelo Id lírico do monóxido de carbono.
Gilliard Alves