Extremos Insanos
Hoje parei para ouvir as paredes que me cercam
Muitas histórias vieram-me em pergaminhos de sangue tingidos
Falsas simetrias, de tais verdades já não sinto sede
Hoje aguardei a brisa, e vi novos pássaros
Ávidas silhuetas insinuaram-se, tornaram-me ossos moídos
Por que, aurora, tão logo já me espantaste o olhar?
Rosas de desprezo lançaram-me repugnância e ácaros
Uma nota tão cortante corrompeu-me os ouvidos
Raio beijando a tormenta, negra nuvem o fogo veio rasgar
Cânticos antigos perturbaram-me, moscas o são em zumbidos
Fúria que oceanos sacode carregou-me por extensos labirintos
Todos os engenhos convergindo forças para desejos proibidos
Inebriantes sonhos revelaram-me falares há muito extintos
Do centro da ara partiram aos ventos aroma de elaborados incensos
Oh, elevadas mentes curvadas aos ditos do inumano sacerdote
Liberdade tão rara, aqui vem em voluptuosas e intensas sensações
Eles ofertaram-me um cálice de arrebatadoras libações
Luzes, sombras! Voltei e sobre meus olhos senti pesos tão imensos