Extremos Insanos

Hoje parei para ouvir as paredes que me cercam

Muitas histórias vieram-me em pergaminhos de sangue tingidos

Falsas simetrias, de tais verdades já não sinto sede

Hoje aguardei a brisa, e vi novos pássaros

Ávidas silhuetas insinuaram-se, tornaram-me ossos moídos

Por que, aurora, tão logo já me espantaste o olhar?

Rosas de desprezo lançaram-me repugnância e ácaros

Uma nota tão cortante corrompeu-me os ouvidos

Raio beijando a tormenta, negra nuvem o fogo veio rasgar

Cânticos antigos perturbaram-me, moscas o são em zumbidos

Fúria que oceanos sacode carregou-me por extensos labirintos

Todos os engenhos convergindo forças para desejos proibidos

Inebriantes sonhos revelaram-me falares há muito extintos

Do centro da ara partiram aos ventos aroma de elaborados incensos

Oh, elevadas mentes curvadas aos ditos do inumano sacerdote

Liberdade tão rara, aqui vem em voluptuosas e intensas sensações

Eles ofertaram-me um cálice de arrebatadoras libações

Luzes, sombras! Voltei e sobre meus olhos senti pesos tão imensos

Isaque
Enviado por Isaque em 29/08/2010
Reeditado em 29/08/2010
Código do texto: T2465849
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