Amarras da Liberdade
Já despontam novos titãs no sombrio horizonte
Há tanto aguardamos ansiosos, presos a preces não atendidas
Gritos ensandecidos agora põem abaixo as muralhas do tempo
Deslumbrando-nos os olhos já incrédulos
Vêm os ventos selvagens devorando nuvens e montanhas
Pois a sede que nos oprime tem enfim oponente em equivalência
Por que, implacável destino, tanto ardor em desperdício?
Impondo-nos um involuntário nascer para já bater às portas da morte
Que então a pele tão tenra, já em efêmeros anos repulsa-nos o olhar
Investir-nos contra a dádiva da vida: jamais!
Mas, se já com sangue trilhamos ruas cuja paisagem nossos dias deturpa
Vão-se então aos vapores do esquecimento velhos e infundados temores
Eis que enxergamos a fronteira que irrompe eterno sono
Deixem, irmãos que se cerrem os portões em suas antigas fogueiras
Abram passagem à espada que se lança contra as amarras da liberdade