A chora e a matéria
A vida é isso,
Contemporâneo áspero contemporâneo liso,
Nus, temos que comer, pois as bocas, as horas,
As Ritas estão abertas.
As pernas, cascas de banana e tudo numa caixa d'água,
Tampa, enterra, venera, se expurga, rouba a imagem do mundo e dissolve no veículo da imprensa.
Teceremos vestidos que serão tirados,
Seremos pitagóricos exorcistas,
Extremistas com água na mão,
Limpados com sujeira,
Dados a chora pelo sorriso,
Amar sem prejuízo,
Nunca aterrorizar sem virar petróleo,
Amado de juízo,
Na falta de juízo a Glória.
Uma sanfona que vem dar dia para a aurora,
Vamos! Hoje a chora é barro,
Hoje nos somos resina, logo, somos jarro,
Logo não precisamos de carro,
Logo damos volta em nossa sina:
Sofrer por um sonho especulador,
Ver ciranda sem minina.