Um dia eu conheci o esconderijo dos poetas
E lá estava eu mais uma vez,
caminhando feito corsa, com o sorriso de uma orelha a outra,
distraída que sou, sem perceber prá onde ia,
Entrei por acaso num beco estreito,
passando pela floresta dos sonhos,
e atravessando o lago as orquídeas,
entrei por acaso por um furo na pedra,
numa gruta luminosa..
E quando entrei havia cantoria,
Mas era suave, como canção de ninar,
Havia harpas, e flautas,
e homens e mulheres a dançar.
Ali bem ao meio havia alguém a recitar,
versos e rimas, bem compostos,
bem feitoria aos meus pobres ouvidos.
E boa curiosa que sou, e atrapalhada por oficio,
Interrompi toda aquela magia,
A música parou, e o ambiente ficou emudecido.
Então eu perguntei: onde eu estou?
E ancião com suas sandálias de tira,
com suas barbas brancas feito a neve,
e com um livro na mão, me disse:
Sinta-se a vontade minha filha..
Esta é a gruta dos poetas!
E eu fiquei demasiada alegre,
meu coração batia com vontade
Naquele lugar só tinha maluco!
Que ironia a vida me reserva..
Eu havia me encontrado..