Ontem eu caminhava pela rua
Despreocupado como anjo de gesso
A contemplar, calado, a imensa lua.
O mundo parecia está pelo avesso
Como um teatro feito de ilusão,
Corpo sem vida imerso em adereço.
Disse para mim mesmo: “é uma visão,
Um sonho sem sentido e sem valor,
Louca aparência, um filme de ficção”.
As coisas pareciam não ter cor,
Peso, massa, volume ou consistência,
Um caldeirão sem cheiro e assustador.
Coloquei em xeque a minha consciência,
Soberana rainha enlouquecida,
Sacrificando a minha inteligência.
O mundo todo ao avesso, como a vida
Que conspira no espírito de Deus,
De forma plena, lírica e atrevida.
Pensei, assim, no evangelho de Mateus,
Como quem pensa apenas no sagrado
Numa estação de trem, dizendo adeus.
“Nada mais tem sentido, estou dopado”,
Inocente refém da insanidade
Que reina metafórica ao meu lado...
Reinvento no poema uma cidade,
Também ao avesso, o avesso do real,
Como quem arquiteta a eternidade.
Na minha percepção tudo é surreal;
A rua atrás de mim que já passei,
E o verso ali parado no sinal.
Para a rua do futuro eu caminhei,
Velho andarilho, agora rumo ao nada,
Em voltas deste mundo que eu criei.
Sou um poeta vagando pela estrada,
Um vagabundo insano a se inspirar
Numa inóspita e negra encruzilhada.
Esta estrada poética é o lugar
Para minha alma, quase toda nua,
Amar estrelas que ardem sem parar.
Chego ao fim desta estranha e louca rua
Como quem chega ao fim de uma trapaça,
Beijando um verso e amando a imensa lua.
“Estou agora sentado numa praça
Sentindo o cheiro doce do jasmim
Nesta estrada que em tudo me ultrapassa;
E este poema-rua, chega ao fim.”
Despreocupado como anjo de gesso
A contemplar, calado, a imensa lua.
O mundo parecia está pelo avesso
Como um teatro feito de ilusão,
Corpo sem vida imerso em adereço.
Disse para mim mesmo: “é uma visão,
Um sonho sem sentido e sem valor,
Louca aparência, um filme de ficção”.
As coisas pareciam não ter cor,
Peso, massa, volume ou consistência,
Um caldeirão sem cheiro e assustador.
Coloquei em xeque a minha consciência,
Soberana rainha enlouquecida,
Sacrificando a minha inteligência.
O mundo todo ao avesso, como a vida
Que conspira no espírito de Deus,
De forma plena, lírica e atrevida.
Pensei, assim, no evangelho de Mateus,
Como quem pensa apenas no sagrado
Numa estação de trem, dizendo adeus.
“Nada mais tem sentido, estou dopado”,
Inocente refém da insanidade
Que reina metafórica ao meu lado...
Reinvento no poema uma cidade,
Também ao avesso, o avesso do real,
Como quem arquiteta a eternidade.
Na minha percepção tudo é surreal;
A rua atrás de mim que já passei,
E o verso ali parado no sinal.
Para a rua do futuro eu caminhei,
Velho andarilho, agora rumo ao nada,
Em voltas deste mundo que eu criei.
Sou um poeta vagando pela estrada,
Um vagabundo insano a se inspirar
Numa inóspita e negra encruzilhada.
Esta estrada poética é o lugar
Para minha alma, quase toda nua,
Amar estrelas que ardem sem parar.
Chego ao fim desta estranha e louca rua
Como quem chega ao fim de uma trapaça,
Beijando um verso e amando a imensa lua.
“Estou agora sentado numa praça
Sentindo o cheiro doce do jasmim
Nesta estrada que em tudo me ultrapassa;
E este poema-rua, chega ao fim.”