FUGINDO DE MIM
Parti levando comigo,
Apenas a solidão da minha alma.
A poeira do caminho empregnava-me a pele.
Parti sem um porto de chegada, apenas sabendo,
Que pela terra andava.
Esqueci os sonhos e as ilusões,
Fechei as lembranças de tudo.
Levava também o destino,
Que pela vida inteira me foi dado de graça.
Absorveria agora o ar das planícies.
O vento, também solitário como eu,
Caminhava sorrindo, e maleável,
Era primavera.
Que estação melhor para se ir.
Flores multicores, perfume no ar,
E a vida inteira para caminhar.
Que época melhor para se pedir perdão.
Que poesias maravilhosas estão sendo compostas agora,
Que grandes rotas o infinito nos dá.
O amor no ar era infindo, patriarcal, exuberante.
Dobrei a curva da estrada, por detrás do monte,
Vi além no horizonte, o final do mundo boquiaberto,
Esperando-me chegar.