Sonhar com o desconhecido

Talvez a vida não seja mesmo feita de quimeras,

Mas sem devaneios tudo fica um tanto sem recheio,

Sem sabor, senão vazio, apenas quase ao meio.

Mesmo que a vida não seja de êxtases,

Sem nostalgia fica quase vazia.

Ainda que os sonhos sejam quase sempre

Por muitos tratados como sentimento ocioso,

Sem eles, o viver, ainda que aparentemente repleto

Não passa de um imenso oco.

Eu quisera p’ra sempre ser um pouco devaneio,

Um tanto desejo e outro tanto quimera.

Quiçá que cada verso poético não seja interpretado

Como o enigma da ociosidade, tampouco o mapa da futilidade

Mas que o poeta seja sempre nostalgia, não pretérita

Mas presente, futura e perpétua, porque viver e sonhar

É bem melhor do que cedo ir sem ter se entregado

À vaidade de se imaginar no desconhecido.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 18/07/2010
Reeditado em 26/02/2015
Código do texto: T2385530
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