O amor nos tempos do onça (*)

Chega-se perto de algumas paragens.

Perto.

Jamais dentro.

O possível vem sem luz.

Enunciados de silêncios.

Claridades que choram por si mesmas.

A noite vazou as águas

sobre a palidez das têmporas.

O que acaba

é um poema que ninguém mais lembra.

Da última vez, tudo era superior:

ao primeiro, ao segundo, ao terceiro...

Era o único amor.

Não, não me digam qual é o lado

que dá para o mar.

Esse, me mostra o espelho,

no fundo de uns olhos vermelhos.

Naufrágio do por-do-sol

- e não há luar.

(Direitos autorais reservados).

(*) título inspirado no romance "O Amor nos Tempos do Cólera" de Gabriel García Marquez.

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Interação da querida poeta HLuna

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Vou seguindo triste e só,

Os pés não conhecem o caminho

Que outros tantos já pisaram

Neste mesmo desamparo,

Se ferindo nos espinhos.

Tristeza imensa no peito

Pesa qual enorme trave,

E os pecados só agravam...

Sofrimento – não tem jeito.

Felicidade que busco

Todo dia a muito custo

Onde é que tu te escondes?

A pergunta é vã, é louca,

Porque fechas tua boca,

E nada tu me respondes.

-Helena Luna

Obrigada, querida poeta, pela interação, um grande beijo