LAGO [ManoelSerrão]

LAGO

[Dedico ao poeta maior filho da cidade de Itapecurum-mirim João Batista do Lago]

Ó rio-mar solitude que a verdejante mata ciliar aninha.

Ó rio-mor gesta uterina que dos contrafortes

Das serras mães medram brota parido da fonte cristalina.

Ó rio-mor, rio-mar dirreico que à escansão separa

Onde o verbo de suave a ondulado à pouco o fizera.

Onde o ralo estropiado d'uma só goela bebera

A penúltima sílaba tônica da várzea quase o secara.

Ó rio-mor, rio-mar, o raio, o lamento Tupi

Avisa Tupã: "o alto alui sem asa

E o médio veio abaixo navega sem água".

Ó ITA = Pedra

PE = Caminho

CURU = Grande

MIRIM da barranca, croa nua, Itacoatiara.

Rio calhau, aluvião assoreado de suas calhas.

Rio rima “sujo” are no perene açodado.

Rio barro-argilo "poesia" das encostas desmatadas.

Ó rio socorro nós...

"Mar" aquém da foz corrente que aspira à vida a se fazer voz.

Onde apascentas, onde descansas?

Rio redivivo como os verbos possíveis

Acuram passantes nas águas do "Lago".

Ó rio chuá-chuá...

Rio doce coração valente "oceano" bonito.

Nunca morrerás por ter vivido.

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[Faz-me saber, oh tu a quem minha alma reclama!]

serraomanoel
Enviado por serraomanoel em 13/07/2010
Código do texto: T2374174
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