LAGO [ManoelSerrão]
LAGO
[Dedico ao poeta maior filho da cidade de Itapecurum-mirim João Batista do Lago]
Ó rio-mar solitude que a verdejante mata ciliar aninha.
Ó rio-mor gesta uterina que dos contrafortes
Das serras mães medram brota parido da fonte cristalina.
Ó rio-mor, rio-mar dirreico que à escansão separa
Onde o verbo de suave a ondulado à pouco o fizera.
Onde o ralo estropiado d'uma só goela bebera
A penúltima sílaba tônica da várzea quase o secara.
Ó rio-mor, rio-mar, o raio, o lamento Tupi
Avisa Tupã: "o alto alui sem asa
E o médio veio abaixo navega sem água".
Ó ITA = Pedra
PE = Caminho
CURU = Grande
MIRIM da barranca, croa nua, Itacoatiara.
Rio calhau, aluvião assoreado de suas calhas.
Rio rima “sujo” are no perene açodado.
Rio barro-argilo "poesia" das encostas desmatadas.
Ó rio socorro nós...
"Mar" aquém da foz corrente que aspira à vida a se fazer voz.
Onde apascentas, onde descansas?
Rio redivivo como os verbos possíveis
Acuram passantes nas águas do "Lago".
Ó rio chuá-chuá...
Rio doce coração valente "oceano" bonito.
Nunca morrerás por ter vivido.
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[Faz-me saber, oh tu a quem minha alma reclama!]