Natureza morta

[olive] Natureza morta

Fundo de tela pintado

De Brun Van Dyke

Vejo rosas, cor champanhe

Em um vaso de cobre

Iluminado por um único facho de luz

Vindo mansamente de uma janela

Vidraça... Com gotículas de chuva.

Sinto todo o aroma que exala

Até posso escutar o tilintar

De xícaras de finíssimas porcelanas

É hora do chá, provavelmente...

Mas a tela não trás xícaras, nem chás!

Vejo apesar disto, vestidos ricamente bordados

A deslizarem languidos, suavemente

Pelos pisos de mogno, brilhantes...

A tela não tem qualquer vestido, ou piso!

Agora escuto a canção que ecoa!

E que delicia de música...

Só um piano, provavelmente de cauda

Tocado com a delicadeza de mãos de um anjo

A tela não tem piano!!!

Dizem ser apenas uma natureza morta

Uma tela de flores... Num vaso frio de cobre

Que está na janela, e lá fora chove!

Pergunto-te...

- Será?

Márcia Poesia de Sá – 07.07.2010

Brun Van Dyke: o nome de uma tinta à óleo, de cor marrom, muito escuro.

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 07/07/2010
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