LOBOS URBANOS

Cheiro forte, dor, subúrbio...

Corte na perna, sangue fervente,

Cores vivas da carne tão quente,

Visão turva, curva fechada,

Vermes da madrugada,

Perecimento do olhar.

Vai –se a hora primeira do dia...

Sorte , odor, prelúdio...

Cravo na língua, na alma e na mente,

Veneno... homens-serpentes,

Corpo esculpido, prisão adornada,

Mente desconsolada,

Angústia ... amar.

Vai –se a hora segunda do dia...

Norte, furor, murmúrio...

Lobos urbanos, insanos viventes,

Fumaça da vida, chama crescente,

Viver compelido, Destroços do nada,

Insanidade mundana, retalhos à faca,

Sonhos... sonhar??

Vai-se a hora terceira do dia...

Morte, temor, injurio...

Veia pulsante, grito estridente,

Labor desmedido, ira pungente,

Lobos urbanos, vestidos de fadas,

Pseudo-inocentes, escondem as garras,

E... matam!! Matam pela madrugada...

E não deixam chegar a hora quarta do dia...