Vou lembrar de ti
Quando o vento tocar meu rosto
E desalinhar meus cabelos...
Vou te imaginar tocá-los
Dedos suaves a penteá-los...
Ah meu amor,
Ao perceber a rosa triste,
A despetalar-se em meu jardim,
Vou lembrar de ti...
E vou cuidar do broto,
Porque a vida quis assim...
As flores caem... outras nascem no lugar,
Quando então o beija-flor por fim, vier visitá-las
Vou invejar seu beijo...
E em meus lábios,
Vou sentir sempre, teus lábios quentes
A sorver meus beijos em cada manhã...
Mas se o Sol espiar por entre as nuvens
Vou fingir que não vejo...
Até mostrar-se por inteiro,
Para aquecer meu frio
Trazendo em seu calor perfumado
Uma saudade...
E um gosto do teu cheiro...
Então, se as lágrimas insistirem marejar meus olhos,
Vou resistir...
Vou lembrar de ti,
Ah, vou lembrar do teu olhar seguro,
A me proteger do escuro...
Docilmente, a me sustentar e,
Não vou, não vou chorar...
Pois se a chuva outra vez minh’alma revisitar
Vou deixar que entre...
Que me banhe, que me lave...
E vá-se embora,
Por que agora eu sei,
Eu sei, onde tu moras...