Mel e Fel
Não estou de nenhum lado.
Mas não estou morto;
Nem sou torto.
Tento compreender o espaço que me cabe.
No limite do impossível traço pinceladas do real.
Pinta um quadro Daliniano.
Vai à feira a matéria prima do que sou:
O medo da tua sorte,
De encontrar com a morte
No Brasil de sul a norte.
O corpo aberto, em matas,
Desta terra de bravatas,
Vai à feira a preço de banana.
Quem protesta vai em cana
Sem ao menos conhecer o sabor da cana
De onde vem o mel
Pra adoçar este fel
Que exala amargo sabor
De se saber explorado.
E os suínos
Enlameados nos chiqueiros
Da fortuna
Oportuna
Paparicam as crias
Enquanto os pais(es) se entendem
sobre o destino de nossas igua/rias.