vermelhecer...
e um facho de luz
entre o branco e o vermelho sangue
do sangue que corre e escorre na sua porção
mais vermelha e bela
e um cacho de vinho
no azul da intensa aquarela
quem sabe demais
nunca sabe assim tanto dela
morre sem aquecer
entorna o caldo sem beber
reclama sem saber
de sonhos vermelhos vive
e impera a dúvida no anoitecer
parece loucura
a quem vier ler
também achei loucura ao escrever
surrealista, menina ativista
anarquista, comunista, imperialista
sou turista desta terra preconceituosa
e tão amorosa
de ponta a ponta contraditória
em minha poesia
ressalto a cor do meu sangue incauto,
vermelho que por entre o branco do teu sorriso
fica ainda mais intenso e vivo
e respiro...num ah, ah, ah,
tum...tum...tum... sem jeito de ser
bombeando vermelho por dentro e por fora
sem querer obedecer
e respiro...num ah, ah, ah
cadenciadamente
demasiadamente
vermelho
humano...