vermelhecer...

e um facho de luz

entre o branco e o vermelho sangue

do sangue que corre e escorre na sua porção

mais vermelha e bela

e um cacho de vinho

no azul da intensa aquarela

quem sabe demais

nunca sabe assim tanto dela

morre sem aquecer

entorna o caldo sem beber

reclama sem saber

de sonhos vermelhos vive

e impera a dúvida no anoitecer

parece loucura

a quem vier ler

também achei loucura ao escrever

surrealista, menina ativista

anarquista, comunista, imperialista

sou turista desta terra preconceituosa

e tão amorosa

de ponta a ponta contraditória

em minha poesia

ressalto a cor do meu sangue incauto,

vermelho que por entre o branco do teu sorriso

fica ainda mais intenso e vivo

e respiro...num ah, ah, ah,

tum...tum...tum... sem jeito de ser

bombeando vermelho por dentro e por fora

sem querer obedecer

e respiro...num ah, ah, ah

cadenciadamente

demasiadamente

vermelho

humano...

Gammy
Enviado por Gammy em 23/06/2010
Código do texto: T2336782