UMBRAIS
E ao chegar à imensa janela
De vidros estilhaçados
Senti a forte luz
e a forte brisa impetuosa.
Súbito caminhei por entre os umbrais
E percebi que havia pousado
Um passarinho que não tinha cor alguma
E tinha todas as cores.
Era um pássaro abundante
Pois não era apenas era um e uns
Em seu esplendor e penugem
Parecida com a terra e com o simples nada.
Era tantos que eu não poderia contar
Apenas ver a sua pálida imagem corrompida
E contrastada com aquele forte desejo
Aquele forte desejo ardendo em mim.
Então me aproximei e pude perceber que não era
Um pássaro, mas uma pequena imagem
Uma insegura sombra advinda
De um lugar qualquer do meu espírito.