SEM CONVENÇÕES
Enganam-se os que tomam-me por serena
- Mero pretexto para alcançar serenidade -
Dentro de mim, cochila um mar tempestuoso
Ondas caudalosas que retiram-me o eixo
.
Navego, às vezes, sem rumo certeiro
Procurando o alento de um porto seguro
E não encontrando-o, deixo-me estar
À deriva, contando com a sorte do vento
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Nada de serena carrego comigo agora
Pseudo-passos precisos; indecisos
E o sorriso largo que estampo no rosto
Já não convence-me, diante do espelho
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A brisa, beijando minha pele, irrita-me
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Quero ventania! Quero atabaques no peito!
Quero dançar a mais insana coreografia!
Quero tempestades abalando estruturas!
Sacolejo na alma, corpo e mente; sente?
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Quero estar em mim, sem convenções!
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(Lena Ferreira)