Tema sem razão
Vida, um jogo de encontros,
Trocas e interesses.
O sangue só circula se houver a permuta,
Batidas cardíacas, oxigenação.
E o homem segue a risca,
Contempla a natureza,
O solo se dá, pela chuva, sol
Noite e ar fresco.
A chuva só se faz faceira,
Graciosa, enfurecida se o sol trabalhar.
E o sol, o que recebe?
O homem se dá se troca se vende,
Aos prazeres, ávido se rende.
Por trás da máscara fica a cobiça,
A inveja, a intolerância
E o sol, o que recebe?
Tudo, tudo é regido pela troca,
Nada é oferecido sem que, a vista,
Por debaixo dos panos
Não haja uma oferenda.
Mas, o sol, o que recebe em troca da vida,
Da paciência que nos dá?
Cedo está de pé, cedo se põe na terra ou oceano.
Que recebe em troca?
Delícias, quando você pede o bronze,
Entrega-se a ele, a suas carícias,
Tocando, beijando, alinhando seu corpo
Num prazer tão profundo,
Que a nuvem enciumada ou lua traída.
Resguarda-o por minutos, talvez,
Na mais inebriante troca da vida.