Espectros

Ouço palavras

no vazio da sala.

Faróis iluminam

a rua inteira.

Braços deslizam,

abrem cortinas.

Pontas de cigarros

queimam num cinzeiro

de porcelana azul.

Fumaças desenham

formas abstratas

diluídas no vazio.

Ouço passos,

almas chegam.

Não sinto medo,

nem arrepios.

Invento amores,

cobertos de seda,

pérolas e rubis.

Alegres, valsamos.

Colhemos lágrimas

para regar a manhã.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 14/06/2010
Código do texto: T2320284
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