Entregue ao cinzel
Poetas são garimpeiros
Garimpeiros de almas...
Como a garimpar entre as estrelas
Em auríferas areias
Garimpam sonhos... desejos,
Amores, dores... sutilezas garimpam...
Extraem preciosidades em lavras humanas,
Depois, hábil e ternamente
Decantam versos...
Poemas... melodiosas poesias,
Sonhadora... ingênua garimpeira
Arrisquei mineirar...
Entregue à arte de tal feita, sonhei...
Diamante de raro quilate
Imaginei garimpar...
Ah, infeliz e inexperiente faiscadora,
Deixei-me joeirar...
Hoje sou pequeno seixo,
Às mãos do artífice
Docilmente a me cinzelar.