Lobisomem de paixão

Lobisomem de paixão

Caminho de encontro ao vento.

Como vem o rebento a vida.

Sou traiçoeira e vulgar como cantava Simone

Não tenho nome nem lar, sou aquela

Mas na estratosfera sou apenas nada.

Página virada do seu folhetim.

Grande Chico Buarque.

E chega a noite insana.

E me leva em nirvana.

Não sou budista, qual nada.

Como pude furada?

Se não o traço do poente.

Em velho termo eloquente.

Fantasias de doces poesias.

Chagas divinas de amor.

Passando os olhos alucinado.

Quisera não fosse eu decepado.

Pasmaria em manto de dor.

Mas na loucura sou fraco.

Da tirania um taco.

A atirar pedras a frente.

Sem observar que atrás sempre vem gente.

Então a noite vai louca.

Com voz francamente rouca.

Até que o raiar do sol.

Primeiro timidamente.

E eu que era megera.

Besta-fera tão somente.

Me vejo como carangueijo

Para trás a andar.

A luz que trouxe o dia.

Com ele a alegria.

Eu volto a ser criança.

Apenas doce e mansa.

Até outra noite chegar.

Teresa Azevedo
Enviado por Teresa Azevedo em 10/06/2010
Reeditado em 20/10/2010
Código do texto: T2312538
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