Lobisomem de paixão
Lobisomem de paixão
Caminho de encontro ao vento.
Como vem o rebento a vida.
Sou traiçoeira e vulgar como cantava Simone
Não tenho nome nem lar, sou aquela
Mas na estratosfera sou apenas nada.
Página virada do seu folhetim.
Grande Chico Buarque.
E chega a noite insana.
E me leva em nirvana.
Não sou budista, qual nada.
Como pude furada?
Se não o traço do poente.
Em velho termo eloquente.
Fantasias de doces poesias.
Chagas divinas de amor.
Passando os olhos alucinado.
Quisera não fosse eu decepado.
Pasmaria em manto de dor.
Mas na loucura sou fraco.
Da tirania um taco.
A atirar pedras a frente.
Sem observar que atrás sempre vem gente.
Então a noite vai louca.
Com voz francamente rouca.
Até que o raiar do sol.
Primeiro timidamente.
E eu que era megera.
Besta-fera tão somente.
Me vejo como carangueijo
Para trás a andar.
A luz que trouxe o dia.
Com ele a alegria.
Eu volto a ser criança.
Apenas doce e mansa.
Até outra noite chegar.