O GATO PRETO

Os negros fios de lã, famintos por energia,

Instalaram-se num poste caucasiano.

Uma pomba repousou seus pés no macio

Enquanto pessoas atravessavam um gato preto

Sentado numa escada de olhar inclinado.

Uma boca de lobo uivou no asfalto latejante

Ascendendo ao céu o fogo da pobre ave.

O funesto felino de sorriso calcinante,

qual Goya em telas teria pintado,

Precipitou-se do abstrato ao concreto

E coloriu de carmim, o vazio.

Assim, fez-se no horizonte um pôr-do-sol ufano

Enquanto do outro lado, sombria a lua surgia.

>>KCOS<<

Karlla Caroline
Enviado por Karlla Caroline em 10/06/2010
Código do texto: T2310855
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