ABANDONO
Gostaria muito de saber,
O que se passa,
No íntimo do seu ser,
E qual é a graça,
Em desprezar alguém,
Que nasceu do seu ser!
Nos desígnios do destino,
Você me fez menino,
Quando na verdade,
Para minha efemeridade,
Não houve sensibilidade,
Tampouco responsabilidade!
Mormente falando,
Não sou culpado,
Nem privilegiado,
De sua ancestralidade,
Burlando a paternidade,
Na sua insanidade!
Você não me queria ter,
Renegando o meu ser,
Abandonando seu rebento,
Totalmente ao relento,
Ocultando seu sentimento,
Imensurável, arrependimento!
Na sorte da própria vida,
Deixastes-me a deriva,
Do seu ódio colossal,
Na essência da existência,
Com muita reticência,
Logo, fui predestinado,
Ser um filho enjeitado!
Sou sua imagem,
E semelhança,
Maldita aliança,
Da desventurança,
Que corre nestas veias,
Suas falsas teias!
Agora mais vivido,
Virei um atrevido,
Sem qualquer medo,
De ser coibido,
Pergunto comovido,
E bem objetivo:
Do íntimo de você.
Gostaria de saber,
O que se passa?
E qual é a graça?
Em desprezar alguém,
Que nasceu de você!