CATARSIS

O estético, elemento consistente do olhar,

arrasta na memória a crença das formas

que imprimi a marca do acaso integro no papel

função que veio do sopro o conteúdo

inconsciente corto a alma na carne

desfiguro-me os ossos e fogem da casca

os sentidos e os quatros elementos

refaz às vísceras orbitais e costelar

de hábito dolorosamente acima do pelo

desgastado no espírito toda a realidade

manifesto o encontro silencioso dos olhares

e sinto o lado obscuro do humano em sonho

encenação teatral do abstrato a imaginação

perverso fragmento do mundo interior

tudo torna-se fato irreal cotidiano

a si mesmo negar e ser existente

longe a existência catarse e absurdo

envolvo em símbolo latente e indecifrável

um só golpe a solidão explode a memória conserva

ligado aos velhos erros do passado que retorna nos sonho

apanhada malha ferida feita pele

e tontura, quase destino quase loucura e arte

quase febre não atinge consciência o comentário

palavras tartamudas soaram vazias

prisão e tontura torta pelo contexto mítico

da manifestação de cabeças filosóficas diárias

para não esquecer escrevo o que fazer

em parede o organograma de uma listinha

esquecida na manifestada leitura uma catarse

volta e meia volta tumultua a poeira da angustia

emoldura imagem plástica de cunho teatral de curiosidade

pública, emoldura a raiz humana em seus estados doentios

do conhecimento só animalesco se faz puro no grito

a percepção não meticulosamente do sopro divino.

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 05/06/2010
Reeditado em 20/10/2011
Código do texto: T2300443
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