O saveiro de Hipparcus rumo a Cassiopéia

Profundo é só um termo,

Questão de distância;

E escuro apenas é falta de luz.

Poderíamos enfiando enfiando mesmo

No fundo de uma depressão, entretanto não.

Surgirmos em peito forte de um Quarto de milha troncudo e impávido,

Um cavalo sem as regras das cercas dos homens,

Suplantar a fome e a falta de fé num só cheque mate.

O chá mate de um dia e uma vontade louca de jogar o corpo contra a parede.

“Silhuetar” nossas minhas sombras e ter na escuridão um só lugar em nós,

O aconchego do afago e o acalanto de um trago,

Tragamos com vocês e vocês assolam nossas brevidades.

Foi tudo coisa de cidade,

Uma louca corrida onde não gostamos de ninguém até segunda ordem do acaso,

Pois eis que no trevo do caminho metafórico,

Alguém que pega carona no seu cometa ou o cometa que pega carona com você.

Saibamos atirar moedas no poço certo,

Saibamos pedir pedidos leves e compreensivos,

Deixando ao lado do chá da tarde um pouco de veneno intensivo,

Em nossos arreios cabrestos e esporas,

Cowboys de cimento a domar um urbano insano,

Doses de vodca amaciadas com muito alcatrão e regradas por LSD.

A diáspora vem com o cedo,

O êxodo vem verde,

E arde...

Como arde nossa bunda depois de cem anos sentados no Olimpo.

Carente de raios e trovões,

Carente de seus padres e nossos sermões,

Um Deus desempregado.

Cavaleiros!

Fujam dos tarja preta,

Corram pelos sulcos novos de seus intentos, passe dias,

Mas não deixem de renovar vocês em vocês.

Caso contrário o frio do espaço virará vocês todos pelo avesso,

Ou purificarão as mãos de seus desenhos.

Ali fica um barco.

Ali fica o outro.

A passagem para as estrelas serve para os dois.

Embarcar rumos novos ou furiosamente verter novos “novos”.

A assepsia é de cor vermelha,

A dinastia tem por detalhe a arquitetura da telha,

A constelação é aquela que fica ali,

A+B para perceber,

Ou C=D para reagir, XX de nascença,

XY de não ser.

Fica!

Toma este café com a gente,

Ele é amarelo, mas é café.

Não mais a única ameaça é errar a conta e julgar estrelas.

São pontinhos e nada mais.