Da areia
Da areia, na areia, a areia.
Meus pés descem ao profundo
escondendo tudo no que nele pesa,
lavando-se no sal da água
e na água da terra.
Yemanjá! Grito surdo!
Nem tudo o que creio está no mundo,
nem tampouco no homem.
Cavo ainda mais o chão.
É frio o tempo; quente é o coração.
Na areia eu cavo, da areia eu lavro...
A areia é assim como o mar,
vai e volta, enche e seca,
morre e vive entre eu e o infinito.