Aonde é vista a inconstância?
Na idolatria, na inexpressão
No despencar da agonia aflita
Na demanda da orientação incerta...
Se o desprezo parece sincero
Perdido no ofício da glória,
O que sentimos?
Das tempestades que rogam injúrias
No delírio da união simplória.
Com o desdém destratando o fulgor.
Que alegria terá o coração confinado?
Preso... por censura, por vaidade
Por pura castidade.
Um cúmplice, ali... jaz
Condenado à eternidade.
Há quem acredite no perjúrio
Incrustado no sorriso da boa aparência.
Há quem consagre o profano.
Agora julgado de corpo e alma
No tribunal da demência
E condenado,
Por sua impúria inocência.
É indispensável que a verdade decline
De toda a geração futura.
Onde nada se ensina
E que se aprende tudo pela mídia
Na perfídia, pelo modo e pela moda.
É imperativo que se viva
Demarcando o tempo que é passado
Dia-a-dia na penumbra
Com a cruel esperança amena...
Nas dimensões dos pensamentos rasgados
Que se fartam de emoções inconstantes
Em um indecifrável teorema
De gosto inanimado.
BERNAR & TARSILA