Perspectivado por teu olhar
Perspectivado por teu olhar
Quando me fitas, me sinto obra
Desenho em linhas, nas distâncias findas
Imaginas... Os traços que nos unem?
Na pureza da infinidade da linha...
Quando me observas...
E teus olhos medem-me completo
Sinto-me inseguro e inquieto
Sei que calculas minha pele
No traçar que teus olhos fazem...
A distância aproxima e segue
Puxa e larga... Acolhe e afasta
Como lente de desenho nesta página pálida
E me torno parte de teus olhos
Penetrando da retina ao coração
Sou o risco imbuído de saudade
Neste tema que assinas em solidão
Meus olhos encontram teus olhos... Finalmente...
Depois da curva da estrada... Quando as linhas se entrelaçam
No infinito de um desenho, chamado desejo.
Márcia Poesia de Sá