À ALTURA QUE AMAVA

Quando me vi sem chão,

Senti o sol quente nas mãos

Na corda-bamba a bailar,

Meus pés a se equilibrar.

O chão que outrora, eu andava,

Que há muito tempo sonhava,

Banhou-se inteiro de mar...

Quisera eu poder flutuar...

E no desfecho deste estado,

Elevo-me ao céu estrelado,

Da corda-bamba a voar

Ausente daquele mar...

Nos ares, um anjo perdido.

O que faria ares-despercebido,

Um anjo que antes ouro?

Saber-ei a causa do seu desdouro...

As asas feitas de amor

O ouro, todavia doou

De giros, nos céus, surrupiava

De fato, à altura que amava.

Da terra, seu coração,

Ao corpo consolação.

Deus lhe fez de asa

E, à alma, o céu – a casa.

(Áurea de Luz)

Aurea de Luz
Enviado por Aurea de Luz em 27/05/2010
Reeditado em 06/08/2010
Código do texto: T2283279
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