CACHOS D’ÁGUA

Andando na praia avistei

Sobre um pedestal de pedras

Enfeitando a visão do céu e do mar

Gaivotas contemplavam

Meu colírio do olhar

Alquimia das minhas meninas

Que insistiam em fitar

Metade humana

Talvez metade sereia

E cantava, e cantava

E sob efeito do seu canto

Dançavam as gaivotas

O balé dos pássaros

Causando inveja às andorinhas

Que não tinham sua semideusa

À beira mar, a brincar

Pondo em dança o seu pé

Como se acariciasse

Os cachos d’água

E as ondas chegavam mansas

Até ti, quebrando-se sempre

Como se curvassem-se

À singularidade

Daquela paisagem viva

Presente ali.

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 26/05/2010
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