APOTEGMA MEU
Tenho o corpo tatuado
Imolado
Com riscos e rabiscos
Rascunhos em cunhos
Em profusões absurdas
E desmedidas
E tenho feridas
Mal costuras
Mal cicatrizadas
Ainda doídas
Emblemas do morfema
Habitante do meu ser.
Eu tenho o corpo
Cravejado
De rosários existências
Enfeitados de contas abissais
E adereços sem apreços
Num armazém em réquiem.
Eu tenho o corpo rechaçado
Em pruridos intensos
Em abscessos anexos
De tudo que consome
De uma forma inexorável
Disforme e enorme
Nada em acordo e conforme.
Eu tenho o corpo
Dilacerado, pintado,
Amarrotado, totalmente alvo
Mumificado até
Em ramificações ilusórias
Gritantes e transitórias
Aos brilhos inglórios e ruins
Dos fragmentos em excrementos
Passeantes do meu jardim
Mesmo assim eu sobrevivo
E sigo feito morto-vivo
Sem nenhuma noção de perigo
Apenas com a certeza do castigo
Através do postigo via do jazigo
Que porá ponto final no idílio frívolo
Advindo do martírio que co-habita em mim.
Tenho o corpo tatuado
Imolado
Com riscos e rabiscos
Rascunhos em cunhos
Em profusões absurdas
E desmedidas
E tenho feridas
Mal costuras
Mal cicatrizadas
Ainda doídas
Emblemas do morfema
Habitante do meu ser.
Eu tenho o corpo
Cravejado
De rosários existências
Enfeitados de contas abissais
E adereços sem apreços
Num armazém em réquiem.
Eu tenho o corpo rechaçado
Em pruridos intensos
Em abscessos anexos
De tudo que consome
De uma forma inexorável
Disforme e enorme
Nada em acordo e conforme.
Eu tenho o corpo
Dilacerado, pintado,
Amarrotado, totalmente alvo
Mumificado até
Em ramificações ilusórias
Gritantes e transitórias
Aos brilhos inglórios e ruins
Dos fragmentos em excrementos
Passeantes do meu jardim
Mesmo assim eu sobrevivo
E sigo feito morto-vivo
Sem nenhuma noção de perigo
Apenas com a certeza do castigo
Através do postigo via do jazigo
Que porá ponto final no idílio frívolo
Advindo do martírio que co-habita em mim.